NAM-MYO-HO-RENGUE-KYO!
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O Myo-ho-rengue-kyo é a expressão da lei fundamental que rege todo o universo. Recitado pela primeira vez em 28 de abril de 1253 por Ntiren Daishonin, constitui uma prática principal do budismo Nitiren.
Myo-ho-rengue-kyo é o título do Sutra de Lótus, lembrando que no budismo, a palavra “sutra” indica as escrituras que contém os registros orais do Buda Sakyamuni .Isso porque, após muitos estudos, Nitiren Daishonin compreendeu que o título do Sutra de Lótus continha a essência do ensinamento do Buda Sakyamuni, e por isso, sua recitação tornou-se fundamental.
A recitação do Nam-myo-ho-rengue-kyo é chamada de Daimoku, palavra que significa “O Título”, no caso, o título do Sutra de Lótus. O Daimoku geralmente é recitado duas vezes ao dia, de manhã e à noite, juntamente com o Gongyo. Entretanto, a recitação do Daimoku pode ser realizada sempre que quiser, ou precisar, podendo, inclusive ser feita mentalmente (exemplo: na rua, no trabalho, etc...).
A recitação do daimoku desperta em nós o nível mais elevado de nossa consciência, o Estado de Buda, razão pela qual somos capazes de manifestar instantaneamente a sabedoria, a coragem e a benevolência (as três virtudes do Buda), e energia vital. Os benefícios oriundos de sua recitação são imensuráveis, e posso até dizer, inimagináveis, provocando transformações profundas em todos os aspectos de nossas vidas. A convicção expressa por Daishonin nos poderes do daimoku é tão intensa que ele chegou a dizer em um Gosho intitulado "Resposta a Ky'o": "O Nam-myoho-rengue-kyo é como o rugido de um leão, que doença, portanto, pode ser um obstáculo?"
Mas, por que o Nam-myoho-rengue-kyo possui todo este poder? Quando recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo, estamos, na prática, pronunciando repetidas vezes o nome da Lei que rege todos fenômenos do universo: desde as galáxias mais distantes, o movimento dos planetas, a chuva que cai, as plantas que crescem, o movimento das marés, o pulsar do sangue em nossas veias, a vida, a morte, os ciclos vitais. Recitá-lo nos imprime a consciência de que "não estamos no universo, mas somos parte dele".
Adquirimos a compreensão de que somos uma centelha do universo e por esta razão possuímos em nós todas as propriedades que ele contém: toda a imensidão, toda a beleza e toda a harmonia. é como se fôssemos gotas de água em um grande oceano : quando recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo nossa consciência se expande e é dissolvida neste vasto oceano, que é o universo, daí a sensação de completude e paz interior experimentada quando oramos daimoku.
No gosho “Sobre atingir o estado de Buda nesta existência”, Nitiren Daishonin nos orienta:
“Manifeste uma profunda fé polindo seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão devotar-se à recitação do Nam-myoho-rengue-kyo.”
Em termos práticos: a nossa imagem só se reflete nitidamente, diante de um espelho limpo, certo? Nossa mente é como um espelho, que como passar do tempo viam ficando embaçado pela escuridão fundamental (ou pela ignorância a respeito de nossa verdadeira natureza),e pelos baixos estados de vida. O daimoku seria como a mão que desembaça o espelho e nos permite enxergar a nós mesmos e a nossa própria realidade.Expandir a consciência nos possibilita ver com clareza, e quando vemos com clareza, sabemos onde estamos e onde queremos chegar.
Sendo assim, o daimoku deve ser recitado duas vezes ao dia (manhã e noite), conduz a um estado mental caracterizado por uma perfeita harmonia, sabedoria e completude, o que conhecemos como Estado de Buda.
Mas qual o significado do Nam-myo-ho-rengue-kyo?
NAM – Oriundo do sânscrito Namas significa “devotar a própria vida”.
MYO – Tem o significado de “místico”, não no sentido estrito de milagre, mas indicando o mistério que é a própria vida.
HO – Significa “lei”, ou seja, o princípio que é seguido por todo ente que habita este universo. Exemplo: tudo o que existe passa pelo ciclo do surgimento, desenvolvimento e perecimento, e isso vai das estrelas à vida humana.
RENGUE – Significa “flor de lótus” . A flor de lótus é utilizada no budismo como um símbolo da Lei de Causa e Efeito. Isso porque germina a flor e a semente ao mesmo tempo. Este aspecto indica a simultaneidade das causas que plantamos e dos efeitos que colhemos. Ou seja, tudo o que acontece tem uma razão: as condições experimentadas em nosso presente são um resultado de nosso passado (seja do passado desta existência ou de existências anteriores). E as condições experimentadas no futuro serão resultado do que plantamos em nosso presente.
KYO – Este caractere significa sutra, podendo também indicar “som”, ou “ensinamento”.
A grosso modo, “Nam-myoho-rengue-kyo” se traduziria como “devoção à lei mística de causa e efeito exposta pelo sutra”.Entretanto, deve-se lembrar que seu significado é muito mais amplo “abrange todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no universo.Se expardirmos toda a matéria e todas as formas de vida existentes no universo, e condensarmos ao espaço limitado, é igual a vida de cada ser humano. No entanto, essa idéia é superficial, pois a mera tradução dos caracteres não expõe a profundidade da Lei Mística em sua totalidade. Na verdade, o Budismo não se compreende racionalmente apenas, mas sim com a própria vida.”
Nitiren Daishonin não se cansava de orientar seus discípulos a recitar continuamente o Nam-myoho-rengue-kyo:
“Portanto, quando o senhor ora myoho e recita rengue, deve ter a profunda fé de que Myoho-regue-kyo é sua própria vida.” (Gosho: “Sobre atingir o Estado de Buda nesta existência”)
Se o senhor deseja livrar-se dos sofrimentos do nascimento e da morte que tem suportado desde o tempo sem início e atingir infalivelmente a suprema iluminação nesta existência, deve despertar para a verdade mística que sempre existiu inerentemente em todos os seres vivos. Essa verdade é Myoho-rengue-kyo. Recitar Myoho-rengue-kyo o possibilitará compreender a verdade mística inata em toda vida. (Gosho: “Sobre atingir o Estado de Buda nesta existência”)
Os benefícios oriundos da prática contínua do Nam-myo-ho-rengue-kyo são inúmeros, mas gostaria de sincronizá-los da seguinte forma: quando você recita daimoku, seu estado de vida se eleva, sua consciência se expande e você é capaz de manifestar as três virtudes do Buda: sabedoria, coragem e benevolência. Ao elevar seu estado de vida você passa a observar suas ações, palavras e pensamentos sob outro ângulo. O que equivale a dizer que você toma consciência de que a raíz de todos os seus problemas se encontra em você, assim como em você existe a solução.
Daí, ao invés de se acomodar na posição de vítima inocente, você toma a responsabilidade sobre seu próprio destino e começa a promover em si mesmo uma série de transformações, que no budismo chamamos de “revolução humana”. Exemplo: se era uma pessoa muito tímida, aprende a se desinibir quando necessário. Se era fraco (a), aprende a se impor (o que não significa se sobrepor sobre os outros). Se era triste, aprende a encontrar alegria nas coisas simples da vida. Se era egoísta e competitivo, aprende a ser generoso, e assim por diante...
Ocorre que, as mudanças que você promove dentro de si, com o tempo, começarão a apresentar reflexos no universo à sua volta. E sua vida inteira passa a espelhar seu interior consciente e ilumidado pela prática contínua do daimoku.
Nós, praticantes do budismo de Nitiren Daishonin, oramos daimoku todos os dias diante do Gohonzon, que é nosso objeto de devoção. Falarei sobre ele em um capítulo à parte, mas, desde já é importante saber que o Gohonzon é uma mandala, inscrita por Nitiren Daishonin, contendo o nome de várias divindades budistas, budas e bodhsattvas. Ele é entregue em uma cerimônia budista apropriada, mas, quem ainda não possui o Gohonzon, poderá orar sentado, diante de uma parede lisa, olhando fixamente para algum ponto específico.
Poderá recitá-lo por quanto tempo desejar (05 minutos, 10 minutos, 15 minutos, 01 hora e daí por diante...).
Vou colocar adiante, alguns links contendo a recitação do daimoku. Poderá orar junto com eles:
Gratidões...
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