O GONGYO E SEU SIGNIFICADO
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A palavra Gongyo significa “prática assídua” , e consiste na recitação do 2º capítulo intitulado “Hoben”(Meios) e 16º capítulo, denominado Juryo (Revelação da Vida Eterna do Buda), do Sutra de Lótus. Para quem ainda não é praticante, estes capítulos estão inscritos em um livreto intitulado Liturgia do Budismo de Nitiren Daishonin (quem já foi a alguma reunião budista ou teve contato com um praticante já deve ter visto). Antes, porém me estender mais sobre o Gongyo e seu significado, convém falarmos um pouco a respeito do Sutra de Lótus.
Bom, após a morte do Buda Sakyamuni (Siddarta Gauttama), ocorrida por volta do ano 500 a.C., seus ensinos foram registrados em cânones denominados sutras, sendo que o Sutra de Lótus foi considerado por Nitiren Daishonin como sendo o mais importante deles . Por que? Porque o Sutra de Lótus contém a essência dos ensinamentos pregados pelo Buda Sakyamuni, que é a compreensão de que todos nós possuímos o Estado de Buda (ainda que nem todos consigamos manfestá-lo com frequência).
O Sutra de Lótus contém 28 capítulos, entretanto, o 2º capítulo , denominado Hoben (Meios), e o 16º intitulado Juryo (Revelação da Vida Eterna do Buda), formam o sustentáculo de todo o Sutra e são recitados, juntamente com o Daimoku (Nam-myoho-rengue-kyo), toda manhã e toda noite.Mas, por que estes capítulos tornaram-se tão importantes?
No 2º capítulo (Hoben), Sakyamuni expõe a essência de seu ensino, ou seja, ele declara que a razão do surgimento de todos os budas consiste em capacitar as pessoas a atingir a iluminação.
Ok, mas você deve estar se perguntando: em que consiste esta tal “iluminação”? Significaria alguém que solta raios pelos olhos?Ou que levita? Certamente não. Rsrs A iluminação consiste na capacidade de enxergar a vida com os olhos de um Buda, ou seja, com os olhos de alguém que despertou, que se iluminou e isso consiste em perceber os fenômenos acima da capacidade que manifestamos nos outros estados de vida (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria, Erudição, Absorção, Bodhisattva). Em termos práticos, significa manifestarer um grau de consciência que lhe permite compreender o que se esconde por trás de cada fenômeno, o que está na origem das situações que enfrentamos. E se você for mais a fundo, vai perceber que a origem de todos os fenômenos é a própria Lei Mística (Nam-myoho-rengue-kyo) e se buscar a essência do que realmente você é, perceberá que você é um Buda, ainda que esteja inconsciente de sua própria natureza.
No 16º Capítulo, denominado Juryo (A revelação da Vida Eterna do Buda), Sakyamuni expõe a eternidade da sua própria vida, informando que, a despeito de acreditarem que ele atingiu a iluminação naquela existência, como Siddarta Gauttama, embaixo da árvore bodhi, ele atingiu a iluminação em um tempo incalculavelmente longo e que sempre esteve neste mundo, pregando a Lei, renascendo como diferentes budas.
Em resumo: a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo, constitui a prática principal do budismo de Nitiren Daishonin e o Gongyo, a prática complementar. Por isso, o daimoku deve ser recitado juntamente com o Gongyo todas as manhãs e todas as noites.
No livro “Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo”, de Daisaku Ikeda (falarei mais sobre o presidente da Soka Gakkai) está escrito:
“A recitação do Gongyo e do Daimoku é uma cerimônia na qual louvamos o Buda Original e a grande Lei do Nam-myoho-rengue-kyo. Pode-se dizer que o Gongyo é um poema ou uma canção que louva ao máximo o Nam-myoho-rengue-kyo, a Lei fundamental do Universo, e o Buda. Ao mesmo tempo, quando realizamos o Gongyo também louvamos a vida eterna do Universo e o estado de Buda de nossa própria vida.”
Logo, o Gongyo, juntamente com o daimoku, constituem uma fonte que alimenta a energia de nossa própria vida, produzindo efeitos como vitalidade, concentração, paz interior e toda espécie de estados mentais positivos. Ou seja, tudo o que necessitamos para viver em meio a uma realidade que muda constantemente. Hoje em dia, muitas pesquisas apontam para a importância da meditação e os benefícios que produz em nossa vida. A prática constante do Daimoku e do Gongyo, harmonizam e fortalecem nossa disposição interna, tornando nossa DETERMINA + AÇÃO mais forte que as influências do ambiente.
Vale lembrar que a nossa realidade é um reflexo direto da energia que emitimos. Logo, se possuímos uma energia vital baixa, ainda que estejamos bem, a priori, logo seremos influenciados pela negatividade do ambiente e, como resposta, produziremos ainda mais situações negativas.
Aí reside a importância de se esculpir um “Eu” forte (através da prática contínua do daimoku e do gongyo) capaz de vencer as influências nefastas do ambiente e conduzir o nosso destino para o melhor possível.
Dito isto, agora vamos a um outro ponto importante: o Gongyo é escrito em sânscrito (língua indiana antiga), e o fato de ser recitado em outro idioma pode despertar em muitas pessoas a desconfiança com relação aos seus benefícios. Entretanto, segundo nos informa Nitiren Daishonin:
“Um bebê não sabe a diferença entre a água e o fogo, e não pode distinguir o veneno do remédio. No entanto, ao sugar o leite, sua vida é nutrida e sustentada. Da mesma forma, mesmo que uma pessoa não seja versada nos sutras, se ouvir mesmo um caractere ou frase do Sutra de Lótus, nõa deixará de atingir o Estado de Buda.” (Gosho Zenshu)
No livro “Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo”, consta:
“(...) quando estamos realizando o Gongyo ou recitando o Daimoku, estamos nos expressando na linguagem do mundo dos budas e dos bodhisattvas. Mesmo qeu os senhores não compreendam o que estão dizendo, suas vozes com certeza atingem o Gohonzon, todos os deuses budists e todos os budas e bodhisattvas das três existências e das dez direções; e, em resposta, todo o Universo envolve os sernhores com a luz da boa sorte.”
Logo, os benefícios oriundos da recitação constante do daimoku e gongyo (todas as manhãs e noites), se manifestarão natural e infalivelmente, ainda que seu significado não seja compreendido racionalmente.Mas isso não impede que se estude o significado do Sutra, pois deve-se lembrar que um dos tripés da prática do budismo é o Estudo.
De acordo com o Buda Sakyamuni: “A vida não é um mistério a ser desvendado, é uma experiência a ser vivida.” Sendo assim, os benefícios advindos da prática do daimoku e do Gongyo não podem ficar apenas limitados a palavras, precisam ser experimentados e comprovados na prática.
A recitação do Gongyo é uma das cerimônias mais bonitas do budismo Nitiren e quando ouvimos sua tradução, percebemos quão encantadora é a benevolência e a sabedoria do Buda Sakyamuni. É emocionante saber que são aquelas palavras que recitamos todas as manhãs e noites.
Vou deixar aqui alguns links que contém a recitação do Gongyo e mais abaixo o link de um Blog que contém a tradução do Gongyo:
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