domingo, 20 de abril de 2014

AS MULHERES E O BUDISMO

 

    Este último dia 08/03/2013, comemoramos o dia internacional da mulher. Este dia foi dedicado a nós, mulheres, por relembrar um fato histórico, marcante e muito triste: no dia 08/03/1857, cerca de 130 operárias morreram carbonizadas em uma fábrica em Nova York, em reprimenda a uma manifestação, onde reivindicavam melhores condições de trabalho.

    Refletindo sobre este acontecimento, e sobre todos os outros atos de violência, sejam individuais ou coletivos, físicos ou psicológicos , contra as mulheres, surge a reflexão: como o budismo de Nitiren Daishonin  enxerga as mulheres?

    Nitiren Daishonin foi um monge que viveu no século XIII. Não obstante ter exposto sua filosofia em plena Idade Média, ele demonstrou uma visão bastante avançada (para sua época) sobre as mulheres, senão vejamos:

" A iluminação das mulheres é exposta como um modelo (para a iluminação de todos os seres vivos" e "Dentre os ensinamentos do Sutra de Lótus, aquele sobre as mulheres atingindo o estado de buda é o primeiro."    

    Em um escrito dedicado à monja leiga Toki, que enfrentava sérias dificuldades, sobretudo problemas de saúde, Daishonin declarou:

"Mas a senhora seguira o caminho da filha  do rei dragão (que é o epítome da iluminação das mulheres no Sutra de Lótus) e vai se reunir com a monja Mahaprajapati (a principal discípula de Sakyamuni).Que maravilhoso! Como é maravilhoso! Por favor, recite Nam-myoho-rengue-kyo, Nam-myoho-rengue-kyo, Nam-myoho-rengue-kyo!"

    Expor estes ensinamentos nos dias de hoje nos parece normal, mas, em pleno século XIII, apontar a possibilidade de ilumnação das mulheres representava uma afronta à uma sociedade essencialmente patriarcal. Uma sociedade que via as mulheres como seres frágeis, indefesos e pecaminosos, senão vejamos algumas frases que elucidam a visão que se tinha da mulher na Idade Média:

"A alma de uma mulher e a alma de uma porca são quase o mesmo, ou seja, não valem grande coisa.” (Arnaud Laufre).

“Toda mulher se regozija de pensar no pecado e de vivê-lo.” (Bernard de Molas).

“Quem bate numa mulher com uma almofada, pensa aleijá-la e não lhe faz nada” (Provérbio da época).

    De fato, Nitiren Daishonin acreditava a apostava na capacidade de suas discípulas e constantemente louvava o empenho e força que elas apresentavam na propagação do Sutra de Lótus. Esta confiança, antes de mais nada, se baseava na idéia de que cada ser humano possui, intrinsecamente,  o estado de Buda, independentemente do sexo, idade ou condição social.

    Hoje, nós, mulheres, conquistamos muitos avanços no mercado de trabalho, na sociedade e na família. Mas é certo que ainda temos muito o que conquistar em termos de respeito e confiança, dentro de nossa sociedade.Neste cenário, a filosofia budista  continua elucidando a força e coragem das mulheres, sobretudo no que diz respeito à sua atuação em prol do Kossen-rufu (a paz mundial):

 

"As mulheres são a personificação 

Da verdade. 

As mulheres são a própria vitória. 

Não importa quanto sejam enganadas ou 

Atacadas por forças malignas, Elas vencem no final. 

Venham! O Século das Mulheres 

Já Brilha Intenso,

O sol surge no Horizonte em lugar da 

Antiga luz opaca e pálida. 

O Século das Mulheres 

É realmente a época 

Do amadurecimento da Democracia."

(Daisaku Ikeda)

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário