domingo, 20 de abril de 2014

ESHO FUNI (UNICIDADE DE PESSOA E MEIO)



O Budismo de Nitiren Daishonin é construído com base em diversos princípios. Eu falarei sobre cada um deles nas próximas postagens do Blog, mas por enquanto, gostaria de falar sobre um princípio denominado Esho Funi, conhecido como unicidade entre pessoa e meio.
Primeiro vamos ao significado literal de Esho Funi: esho é a combinação das primeiras sílabas de e-ho e sho-ho. Sho-ho  representa o ser. E-ho simboliza o ambiente que ampara e sustenta a vida. Funi, significa dois fenômenos. Ou seja: Esho Funi alude à inseparabilidade entre o ser vivo e seu meio, que são dois fenômenos que se unem e formam uma única entidade.
Bem, o princípio do Esho Funi, em termos práticos, nos remete à três conceitos importantes: ao de COMPATIBILIDADE, ao de RESPONSABILIDADE e ao de TRANFORMAÇÃO.
Com relação à COMPATIBILIDADE, podemos dizer que a vida se desenvolverá em um ambiente que lhe seja compatível. Nitiren Daishonin fez alusão a este conceito quando expôs:
“De acordo com o Sutra, se a mente das pessoas é impura, sua terra também será impura. Pelo contrário, se suas mentes são puras, assim será sua terra. Em uma palavra não há duas terras pura e impura ao mesmo tempo. A diferença está na mente, boa ou má, das pessoas."
Ou seja, quem influencia e agrega valor ao ambiente é o ser humano que nele vive. É o seu estado de vida quem determina as circunstâncias à sua volta, no seu trabalho, na sua casa, na sua escola/faculdade, enfim, no ambiente que frequentar.
Pois se as condições de nosso ambiente são determinadas por nós mesmos, isto nos remete à noção de RESPONSABILIDADE. Eu poderia dizer que toda a filosofia budista exposta por Nitiren Daishonin se assenta sobre o conceito primordial de responsabilidade. É uma noção difícil de digerir, porque é sempre mais fácil pôr a culpa no outro do que compreender que as circunstâncias em que vivemos foram criadas por nós mesmos.Em suma: nós possuímos a responsabilidade pelo ambiente que criamos.
Por último, a idéia de responsabilidade nos abre a possibilidade da TRANSFORMAÇÃO, pois se nosso ambiente é moldado pelo estado de vida emanado por nós mesmos, uma mudança significativa em nosso interior é capaz de provocar uma transformação profunda em nosso ambiente.
Logo, a elucidação do princípio do Esho Funi, na verdade, representa um convite para uma mudança em nosso interior, amparada na noção de responsabilidade e na manifestação da nona consciência, ou do estado de Buda.
Não obstante, Nitiren Daishonin, ao expor a unicidade da pessoa e meio ao elucidar a relação entre a terra pura e impura, expõe também uma solução baseada na transformação da mente, através da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo: 
"Isso se assemelha a um espelho embaçado que brilhará como uma jóia quando for polido. A mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão inata da vida é como um espelho embaçado, mas quando for polida, é certo que se tornará como um espelho límpido, refletindo a natureza essencial dos fenômenos e da realidade. Manifeste uma profunda fé polindo diligentemente seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão devotar-se à recitação do Nam-myoho-rengue-kyo." 

O VERDADEIRO ASPECTO DO CARMA




Não raras vezes ouvimos alguém dizer: "Meu vizinho é meu carma"ou então"Meu filho é meu carma", ou ainda "Meu chefe é meu carma". Mas, afinal, o que significa carma?
A palavra carma vem do "sânscrito", e significa ação. Entretanto, este termo foi sendo transformado ao logo do tempo, passando a ser recepcionado sob uma perspectiva muito mais estática e fatalista, implicando em inúmeras circunstâncias, geralmente negativas, que se repetem de maneira cíclica, das quais não se pode escapar e pior, não se pode mudar. Nesta esteira, seríamos como marionetes em um jogo do destino, aguardando com resignação por uma sorte  que desconhecemos.
De fato, esta concepção parte de uma idéia não totalmente errônea: a de que nossas ações, palavras ou pensamentos criaram, em algum momento de nossas vidas, o nosso destino. Entretanto,o carma possui uma concepção muito mais profunda do que aquela que nos é apresentada pelo senso comum.
Em primeiro lugar, é possível sim transformar o destino, não importa quais causas foram criadas no passado.Em segundo, o carma possui uma  natureza muito mais proativa do que aquilo que imaginamos. As circunstâncias criadas pela energia cármica muito tem a dizer sobre nós mesmos, sobre a maneira como interagimos com o ambiente.
Ou seja, o carma, seja ele bom ou ruim, diz respeito não apenas às circunstâncias que experimentamos, mas também às nossas reações diante destas circunstâncias. Tais reações e as circunstâncias em que vivemos, criam padrões, que repetimos ciclicamente. E estes padrões podem estar sendo repetidos há inúmeras existências.
Um terceiro ponto, é que no exercício da prática budista, precisamos transformar o carma em missão. Ou seja, precisamos fazer com que as dificuldades, sejam elas quais forem, sejam transformadas e superadas através da energia vital e da sabedoria geradas com a prática do budismo. Isso servirá de força e motivação para todos aqueles que estiverem ao nosso redor.
Sobre isso, o presidente Ikeda informa:
"O Budismo elucida um princípio chamado Ganken Ogo [Transformar carma em missão]. Significa que uma pessoa que deveria renascer numa circunstância de felicidade, como resultado dos benefícios da prática budista, nasce em meio às pessoas infelizes mediante seu próprio desejo justamente para propagar a Lei Mística.
Se uma pessoa que vive como uma rainha, sem dificuldades ou problemas, disser que se tornou feliz graças à prática do Budismo, ninguém ficará surpreso. Contudo, quando uma pessoa doente, pobre e menosprezada por todos transforma sua vida por meio da prática budista, tornando-se feliz e líder na sociedade, estará comprovando brilhantemente a grandiosidade desse ensinamento. Com isso, provocará em todos o desejo de seguir essa prática da fé. Se uma pessoa que sempre sofreu de pobreza conseguir ultrapassar essa situação, causará uma grande esperança em todas as pessoas que passam pelo mesmo tipo de sofrimento na vida diária. "

AS MULHERES E O BUDISMO

 

    Este último dia 08/03/2013, comemoramos o dia internacional da mulher. Este dia foi dedicado a nós, mulheres, por relembrar um fato histórico, marcante e muito triste: no dia 08/03/1857, cerca de 130 operárias morreram carbonizadas em uma fábrica em Nova York, em reprimenda a uma manifestação, onde reivindicavam melhores condições de trabalho.

    Refletindo sobre este acontecimento, e sobre todos os outros atos de violência, sejam individuais ou coletivos, físicos ou psicológicos , contra as mulheres, surge a reflexão: como o budismo de Nitiren Daishonin  enxerga as mulheres?

    Nitiren Daishonin foi um monge que viveu no século XIII. Não obstante ter exposto sua filosofia em plena Idade Média, ele demonstrou uma visão bastante avançada (para sua época) sobre as mulheres, senão vejamos:

" A iluminação das mulheres é exposta como um modelo (para a iluminação de todos os seres vivos" e "Dentre os ensinamentos do Sutra de Lótus, aquele sobre as mulheres atingindo o estado de buda é o primeiro."    

    Em um escrito dedicado à monja leiga Toki, que enfrentava sérias dificuldades, sobretudo problemas de saúde, Daishonin declarou:

"Mas a senhora seguira o caminho da filha  do rei dragão (que é o epítome da iluminação das mulheres no Sutra de Lótus) e vai se reunir com a monja Mahaprajapati (a principal discípula de Sakyamuni).Que maravilhoso! Como é maravilhoso! Por favor, recite Nam-myoho-rengue-kyo, Nam-myoho-rengue-kyo, Nam-myoho-rengue-kyo!"

    Expor estes ensinamentos nos dias de hoje nos parece normal, mas, em pleno século XIII, apontar a possibilidade de ilumnação das mulheres representava uma afronta à uma sociedade essencialmente patriarcal. Uma sociedade que via as mulheres como seres frágeis, indefesos e pecaminosos, senão vejamos algumas frases que elucidam a visão que se tinha da mulher na Idade Média:

"A alma de uma mulher e a alma de uma porca são quase o mesmo, ou seja, não valem grande coisa.” (Arnaud Laufre).

“Toda mulher se regozija de pensar no pecado e de vivê-lo.” (Bernard de Molas).

“Quem bate numa mulher com uma almofada, pensa aleijá-la e não lhe faz nada” (Provérbio da época).

    De fato, Nitiren Daishonin acreditava a apostava na capacidade de suas discípulas e constantemente louvava o empenho e força que elas apresentavam na propagação do Sutra de Lótus. Esta confiança, antes de mais nada, se baseava na idéia de que cada ser humano possui, intrinsecamente,  o estado de Buda, independentemente do sexo, idade ou condição social.

    Hoje, nós, mulheres, conquistamos muitos avanços no mercado de trabalho, na sociedade e na família. Mas é certo que ainda temos muito o que conquistar em termos de respeito e confiança, dentro de nossa sociedade.Neste cenário, a filosofia budista  continua elucidando a força e coragem das mulheres, sobretudo no que diz respeito à sua atuação em prol do Kossen-rufu (a paz mundial):

 

"As mulheres são a personificação 

Da verdade. 

As mulheres são a própria vitória. 

Não importa quanto sejam enganadas ou 

Atacadas por forças malignas, Elas vencem no final. 

Venham! O Século das Mulheres 

Já Brilha Intenso,

O sol surge no Horizonte em lugar da 

Antiga luz opaca e pálida. 

O Século das Mulheres 

É realmente a época 

Do amadurecimento da Democracia."

(Daisaku Ikeda)

 

FÉ, PRÁTICA E ESTUDO: O TRIPÉ DA PRÁTICA BUDISTA!


Creia no Gohonzon, o supremo objeto de devoção de todo o Jambudvipa (o mundo inteiro).Fortaleça ainda mais a sua FÉ e receba a proteção de Sakyamuni, de Muitos Tesouros e dos budas as dez direções.Exerça-se nos dois caminhos da PRÁTICA e do ESTUDO. Sem eles, não pode haver budismo. Deve não somente perseverar em sua fé, mas também ensinar aos outros. Tanto a prática como o estudo surgem da fé. Ensine aos outros com o melhor de sua habilidade, mesmo que seja uma única sentença ou frase. “(Os Escritos de Nitiren Daishonin, Vol.5, pg.8).

 

Este gosho, escrito por Nitiren Daishonin, traz à tona os três pilares do budismo, que são a fé, a prática e o estudo. Estes três elementos coexistem, se complementam e se fortalecem, sendo preciso que os três estejam presentes para que se realize uma correta prática do budismo.Vamos entender isso?

 

FÉ 

 

Procurando uma definição de fé no dicionário eu encontrei esta aqui:  “Sentimento de quem acredita em determinados ideias ou princípios religiosos. = CRENÇA”"fé", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/f%C3%A9 [consultado em 16-02-2014].(grifei)

Sim, indubitavelmente a fé é um sentimento,e um sentimento experimentado por quem acredita. Neste sentido, a fé é o princípio fundamental da prática do budismo. Isso porque antes de mais nada, é preciso acreditar. E não apenas acreditar, mas “acreditar e abraçar” os ensinamentos do Buda. É preciso crer no Gohonzon como supremo objeto de devoção, como também no estado de Buda inerente em cada ser.

Só é possível ingressar no Estado de Buda por meio da fé, pois se você olha o Gohonzon com ceticismo, como poderá enxergar nele o espelho de seu estado de Buda? Sua prática perderia o sentido e seus esforços, a razão de ser.

Não obstante, Nitiren Daishonin sempre incentivava seus discípulos a ampliarem sua fé:

“Fortaleça sua fé dia após dia, mês após mês. Se enfraquecer mesmo um pouco, os demônios aproveitar-se-ão.”

“O Senhor deve crer no Sutra de Lótus tal como deseja ardentemente por alimento quando está com fome, ou por água quando está com sede, espera ansiosamente para ver seu amor, procura remédio para sua doença ou como uma linda mulher que deseja cosméticos.” 

“Sua mente, agora desnorteada pela escuridão inata da vida, é como um espelho embaçado, mas, se polir, é certo que tornar-se-á claro como cristal de iluminação das verdades imutáveis. Manifeste-se na prática da fé, polindo seu espelho incessantemente, dia e noite.”

Desta forma, tudo se inicia com a fé, que é  o sustentáculo para a:

PRÁTICA

 

A prática budista consiste em ações concretas e reiteradas, visando a transformação de si mesmo para a transformação do mundo à nossa volta. A prática, neste sentido, se evidencia de duas formas: a prática individual e a prática altruística.

A prática individual, corresponde à recitação do Daimoku (Nam-myo-ho-rengue-kyo) e Gongyo de manhã e à noite. Esta prática não deve ser encarada como uma obrigação, mas sua continuidade exige disciplina. As orações diárias visam o aprimoramento do próprio indivíduo através da elevação de seu estado de vida, o que constitui a base para a transformação de seu ambiente.

A prática altruística, consiste em apresentar o budismo de  Nitiren Daishonin à outras pessoas, incentivando-as a também praticar o budismo de Nitiren Daishonin, o que  conhecemos como fazer chakubuku (convidado). Tal prática tem como objetivo conduzir outras pessoas à felicidade absoluta, de forma a manifestar a mesma condição de vida do buda Nitiren Daishonin:

“Portanto, os que se tornam discípulos e seguidores leigos de Nitiren devem compreender a profunda relação cármica que compartilham com ele e propagar o Sutra de Lótus exatamente como ele faz.”

Portanto, as duas práticas (individual e altruística) se complementam e objetivam a transformação interior de cada indivíduo. Entretanto, elas precisam ser fortalecidas constantemente através do:

ESTUDO

 

O estudo tem por objetivo proteger o ensino correto dos princípios budistas e aprofundar a fé, de forma a dissipar as dúvidas.

No budismo de Nitiren Daishonin, o estudo tem como base a leitura dos goshos, que são as cartas constantemente enviadas por Nitiren Daishonin a seus discípulos, tendo em vista que estas contém a base e o fundamento da filosofia exposta por Nitiren Daishonin.

O estudo constante da filosofia budista também é importante para se evitar interpretações próprias que poderiam corromper a essência dos ensinamentos do buda Daishonin.

 O presidente Ikeda elucidou perfeitamente a conexão entre estes três elementos (fé, prática e estudo), os quais formam o tripé da prática budista:

“SE FALTA ENERGIA, FALTA DAIMOKU

SE HÁ CANSAÇO, FALTA GONGYO

SE HÁ DÚVIDA FALTA ESTUDO,

SE NÃO HÁ FELICIDADE, FALTA CHAKUBUKU.

A FÉ E A PRÁTICA SEM ESTUDO,

NOS LEVA AO FANATISMO;

A FÉ E O ESTUDO SEM A PRÁTICA,

NOS LEVA AO IRREALISMO;

A PRÁTICA E O ESTUDO SEM A FÉ,

NOS LEVA A ROTINA.

O BUDISMO É O CORPO,

E NÓS SOMOS A SOMBRA.”


Leia mais: http://o-portal-da-paz.webnode.com/news/fe-pratica-e-estudo-o-tripe-da-pratica-budista/

A HISTÓRIA DA SOKA GAKKAI


A Soka Gakkai Internacional (Sociedade para criação de valores) – SGI, é uma organização não governamental (ONG) filiada à ONU, que hoje, possui membros espalhados em 192 países e territórios, tendo como objetivo a promoção da paz e da cultura. Com base nos ensinamentos de Nitiren Daishon, a Soka Gakkai  parte da premissa de que a paz mundial só é alcançada por meio da Revolução Humana de cada pessoa.
Sua trajetória se inicia pelas mãos do educador Tsunessaburo Makiguti, passando pelo visinário Jossei Toda, chegando aos dias atuais, sob a liderança do dr. Daisaku Ikeda.
Encontrei dois sites interessantes que relatam a história da Soka Gakkai: http://examedebudismo.blogspot.com.br/2011/08/historia-da-soka-gakkai-admissao-e-1.html e http://www.bsportal.com.br/sgi/.

Boa leitura!

A VIDA DE NITIREN DAISHONIN



Nitiren Daishonin foi o fundador da corrente ou tradição budista que seguimos. Sua história de vida foi marcada por grandes acontecimentos, inúmeras perseguições e também incríveis comprovações. Encontrei um site muito interessante, que conta a trajetória de Nitiren Daishonin através de slides: http://www.maisbelashistoriasbudistas.com/buda.htm   e um vídeo postado no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=GRP_A_9be1Y

COMO ESTÁ A NOSSA PRÁTICA?




"Se falta energia, falta Daimoku;


Se há cansaço, falta Gongyo;


Se há dúvida, falta estudo;


Se não há felicidade, falta Chakubuku;


A fé e a prática sem estudo,


nos leva ao fanatismo;


A fé e o estudo sem a prática,


nos leva ao irrealismo;


A prática e o estudo sem a fé,


nos leva a rotina;


O budismo é o corpo,

e nós somos a sombra"

.
(Daisaku Ikeda)



Leia mais: http://o-portal-da-paz.webnode.com/news/como-esta-a-nossa-pratica-/

FELIZ MENTE NOVA!


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Hoje é dia 31/12. Amanhã começa um novo ano...Com a chegada do Ano-Novo, todos nós esperamos que alguma coisa mude em nossas vidas, ou melhor, que as nossas vidas mudem para  o melhor!Como se magicamente alguma coisa fosse mudar em nossas vidas, com uma simples mudança na data do calendário.

               Entretanto, segundo nos ensina o budismo de Nitiren Daishonin, toda e qualquer mudança em nosso exterior, depende de uma transformação interna, pois a nossa vida é reflexo do que emitidos. Não obstante, declarou o Buda Sakyamuni:”A vida é um eco. Se você não está gostando do que está recebendo., observe o que está emitindo.”Neste mesmo entendimento, ressalta Nitiren Daishonin: "De acordo com o Sutra, se a mente das pessoas é impurasua terra também será impura. Pelo contrário, se suas mentes são puras, assim será sua terra.Em uma palavra não existem duas terras pura e impura ao mesmo tempo. A diferença está na mente boa ou má das pessoas.”

             Sendo assim, como se encontra a sua mente? Você ainda pensa, age e fala com a mesma mente de quando o ano de 2013 começou? Se a resposta for sim,  como espera ter um ano de 2014 diferente?

            Praticamos o Budismo da Causa, então se quer colher efeitos diferentes, precisa fazer causas diferentes. Se quer que sua vida mude, algo precisa mudar dentro de você. Como já dizia o físico Albert Einstein: Fazer, todos os dias, as mesmas coisas e esperar resultados diferentes é a maior prova de insanidade.”

 

            Ou seja, se continuar fazendo as mesmas causas, colherá sempre os mesmos efeitos, ainda que mude a data do calendário...

 

           Neste aspecto, a recitação diária do daimoku (Nam-Myoho-rengue-kyo), o empenho no estudo do Budismo e a prática do chakubuku (apresentar alguém ao budismo), produz mudanças profundas em nosso interior, moldando-o para a realidade tal qual desejamos.        

 

           Pense nisso...E Feliz  Mente-Nova!

 


AS NOVE CONSCIÊNCIAS



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As nove consciências compreendem nove formas de percepção que possuímos a respeito do mundo e de tudo que o cerca. Sendo assim, as cinco primeiras consciências são emanações  dos cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e paladar.

sexta consciência representa a integração entre estes cinco sentidos, o que se dá por manifestações imediatas às percepções alcançadas por estes sentidos. Ex: ao  vermos um objeto bonito, mas com péssimo odor, tendemos a rejeitá-lo. É uma reação imediata e quase instantânea ao sentido proporcionado pelo olfato.

sétima consciência é denominada MANAS em sânscrito, e representa o poder do pensamento. Aqui se desenvolve a razão, a capacidade de reflexão, de ir além da percepção formulada pelos cinco sentidos. Neste nível de percepção, os julgamentos são forjados à luz de experiências vividas no passado e de conceitos que aprendemos desde a infância. Vale lembrar que a sétima consciência é própria dos seres humanos, que possuem a capacidade de raciocínio.

Curioso que, ao escrever sobre a sétima consciência e sobre a formulação de crenças e conceitos, lembro de uma célebre frase de Nelson Mandela, em que ele diz: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”

De fato, na sétima consciência, nasce o ódio, o preconceito, a arrogância e todos os tipos de apegos e ilusões. Mas também, é na sétima consciência que nasce a força, a determinação e a inteligência que pode ser direcionada para o avanço e bem-estar da humanidade.

Ocorre que, a consciência humana não se finda tão e unicamente na capacidade de raciocínio e reflexão, pois  além da sétima ainda temos mais duas outras consciências.

oitava consciência, também é chamada de ALAYA, o que em sânscrito significa repositório. Este nível de percepção é o que Sigmund Froid reconheceu como inconsciente. Isto porque é na oitava consciência que captamos e depositamos as impressões de todas as experiências vividas. Ocorre que, esta captação se estende do infinito passado ao infinito futuro e por isso, é na oitava consciência que se encontra o carma (seja ele bom ou ruim).

Certa vez, em uma percepção apurada da lei de causalidade, ouvi uma frase que dizia que o efeito sempre retorna para quem fez a causa. Desta forma, se a causa das ações, palavras e pensamentos que emanamos encontra-se em nós, o efeito certamente retornará para nós.

Entretanto, acima dos cinco sentidos e da integração entre estes cinco sentidos (sexta consciência), acima da nossa capacidade de raciocínio (sétima consciência) e acima até mesmo do poder benéfico ou maléfico das inúmeras causas acumuladas desde o infinito passado, encontra-se uma consciência búdica, imaculada, limpa das impurezas oriundas dos três venenos (Ira, Avareza e Estupidez), livre das ilusões da escuridão fundamental e intocada pelo mau carma.

Esta é a nona consciência, conhecida como AMALA, o que significa imaculada, em sânscrito. Nitiren Daishonin nos mostra que a nona consciência é o próprio estado de Buda, ou seja, de iluminação, que se estende do infinito passado ao infinito futuro.

Em apertada síntese, a teoria das nove consciências aponta para a possibilidade real de transformação do destino, isso porque, para que consigamos transformar o carma, bem como para realizarmos a revolução humana, necessitamos  expandir nossa consciência a um nível que esteja acima do repositório cármico, ou seja, precisamos alcançar a nona consciênciaou o Estado de Buda.

 E alcançar a nona consciência, implica em perceber que a Lei Mística (Nam-myo-ho-rengue-kyo) é a real natureza de todos os fenônemos.


A TRANSFORMAÇÃO DO SOFRIMENTO




Nossa mente é como um espelho, e quando sofremos, este espelho fica embaçado. Só podemos enxergar claramente nosso reflexo em um espelho limpo.Desta forma, quando estamos diante de um grande sofrimento, precisamos, antes de mais nada limpar a nossa mente, afim de enxergar aquela situação que nos causa dor, sob um ângulo que nos permita transformar o problema, ao invés de apenas assistir passivamente  o desenrolar dos acontecimentos.

Certa vez ouvi dizer que  “as coisas tem valência zero”. Mas, o que de fato isto significa? Significa que somos nós quem valoramos os acontecimentos, através do nosso conteúdo interno.Ou seja, uma mesma situação pode ter interpretações diversas para diferentes pessoas, dependendo dos valores que carrega consigo.

Conforme observou Albert Einstein: “Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou”Logo, a chave da mudança está na transformação da consciência. Fazemos causas constantemente, através de pensamentos, palavras e ações. Muitas destas causas foram originadas de estados de vida baixos, ou seja, no ciclo dos seis maus caminhos (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade e Alegria).

Não poderemos transformar essas situações agindo, pensando e falando no mesmo estado baixo de vida. Isso só nos enredaria no mesmo ciclo vicioso que gerou o carma, pois, na tentativa de transformar os efeitos das causas plantadas no passado, reproduziríamos novas causas, que por consequencia, gerariam novos efeitos.

A elevação do estado de vida ou do estado de consciência,é o único caminho para transformarmos de maneira eficaz os efeitos das causas que criamos no passado. Neste entendimento, o budismo de Nitiren Daishonin nos oferece um meio hábil para a elevação do nosso estado de vida ou de consciência: a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo. Através da recitação do daimoku, do Gongyo, da prática do chakubuku (que consiste no ato de apresentar o budismo para outras pessoas), e da participação nas atividades da Soka Gakkai é possível criar um estado de vida capaz de observar os problemas sob um outro prisma e consequentemente transformá-los.


OS DEZ FATORES


 

 Os Dez Fatores encontrm-se expressos no capítulo Hoben (meios) do Sutra de Lótus e sua compreensão constitui um dos pontos fundamentais do Budismo de Nitiren Daishonin.Sua importância é tal, que, ao orarmos o Gongyo, todas as manhãs e todas as noites, repetimos três vezes os Dez Fatores.

Eles são:

Nho-ze-so – Aparência

Nho-ze-sho – Natureza

Nho-ze-tai – Entidade

Nho-ze-riki – Poder

Nho-ze-sa – Influência

Nho-ze-in – Causa Interna

Nho-ze-en – Relação

Nho-ze-ka –Efeito Latente

Nho-ze-ho – Efeito Manifesto

Nho-ze-hon –ma-ku-kyo-to – Consistência do início ao fim              

 

Mas, afinal, por que entender os 10 fatores?

 

Todos nós, a cada momento de nossas existências, manifestamos um dos dez Estados de Vida (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria, Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda). Os Dez Fatores, por sua vez, elucidam como cada um de nós manifesta cada um dos Dez Estados de Vida,  pois além das  características inerentes ao próprio indivíduo, como a aparência, a natureza, abarcam  a influência que cada indivíduo exerce sobre seu ambiente, e todas as consequências advindas desta  relação, como o efeito latente, o efeito manifesto e por fim, a compreensão de que todas estas etapas possuem consistência do início ao fim.

Mas vamos entender os dez fatores mais a fundo:

1)      Nho-ze-so (Aparência) – Tudo o que existe no universo, possui uma aparência, uma forma física.

2)     Nho-ze-sho  (Natureza) – “O essencial é invisível aos olhos.”, já diria Antoine de Saint-Exupéry em “O pequeno príncipe. Isso significa que cada ser vivo possui um substrato emocional, composto de virtudes e defeitos, as quais, muitas vezes, não podem não ser apurados apenas pela aparência.

3)      Nho-ze-tai (Entidade) – A entidade é o ser em si, composto de aparência e natureza.

4)      Nho-ze-riki (Poder) – O poder aqui deve ser entendido como a força propulsora, a energia que te move.

5)      Nho-ze-sa (Influência) – Diz respeito à influência que exercemos sobre o nosso ambiente.

6)      Nho-ze-in  (Causa Interna) – A maneira como direcionamos o nosso poder cria uma causa, uma causa interna, que nada mais é que o acúmulo dos nossos carmas plantados uma existência após outra.

7)      Nho-ze- en (Relação) – Como o próprio termo indica, constitui a relação entre essas causas internas ou essa energia acumulada em estado de latência e as causas externas.

8)      Nho-ze-ka (efeito latente) – A relação de nossas causas internas com o meio, cria um efeito latente, ou seja, uma energia silente, invisível aos outros, que fica aguardando o momento exato de se manifestar. É como uma semente de uma planta que ainda não germinou.

9)      Nho-ze-ho  (efeito manifesto) –São os fenômenos passíveis de serem observados, de seresm identificados. É a planta que germinou, é a árvore que cresceu e deu frutos.

10)   Nho-ze-hon-ma-ku-kyo-to  (consistência do início ao fim) – Podemos entender este termo da seguinte forma: Início – refere-se à causa. Fim – Refere-se ao efeito. Todo efeito possui uma causa e toda causa possui um efeito. Todos estes dez fatores possuem uma consistência, um liame, um nexo causal que não é quebrado.

 

Vamos compreender isso através de um exemplo: uma pessoa que está triste, possui uma aparência (nho-ze-so), obviamente! Um aspecto externo, que muitas vezes pode ser belo, exuberante, e que não manifesta o seu interior depressivo, ou seja, sua natureza (nho-ze-sho). As características de sua personalidade, inclusive a tristeza que carrega consigo, mais a sua aparência constituem uma entidade (nho-ze-tai). Esta entidade possui um poder (nho-ze-riki), uma energia propulsora que a condiciona a agir, ainda que esta energia esteja reduzida em razão do sofrimento.Este poder exerce uma influência (nho-ze-sa) sobre seu ambiente e sobre todos à sua volta, fazendo com que este ambiente vibre na mesma sintonia que aquela pessoa, no caso, numa sintonia baixa.

        Ok, a energia emanada por esta pessoa, que vive mergulhada em intenso sofrimento, pode, por si só ser  o efeito de inúmeras ações passadas, mas também consiste na causa de imensos sofrimentos futuros, e sua vida em si, se torna uma causa interna (nho-ze-in).Esta causa interna possui uma relação (nho-ze-en) com o ambiente criando causas externas que, a princípio, criam um efeito latente (nho-ze-ka) , ou seja, uma energia invisível, silente, que fica aguardando a formação de condições externas favoráveis para se tornar um efeito manifesto (nho-ze-ho), concretizando-se, no caso do exemplo dado, na geração de novas situações negativas que inspirem mais dor e mais sofrimento. Mas, observando-se todo este ciclo cármico, percebemos que ele possui uma consistência do início ao fim (nho- ze- hon-ma-ku-kyo-to), um elo, um nexo causal, eis que  possui uma causa (início) e um efeito (fim).

        Neste sentido, os Dez Fatores constituem um princípio que nos permite compreender o movimento da vida em si, ampliando a nossa consciência de que a vida não é separada de seu ambiente , princípio que no budismo conhecemos como esho funi (inseparabilidade da vida e do meio), e que o ambiente responde às nossas condições internas. Mas isto já é papo para um outro artigo...Até mais!

        



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O BUDISMO E O AMOR



O budismo não se separa dos assuntos seculares. Por isso, achei interessante abordar um assunto que diz respeito à nossa vida diária e que causa ou já causou muito sofrimento a muitas pessoas: os relacionamentos amorosos. É claro, vou abordá-los aqui, sob uma ótica budista, ou melhor, vou deixar que o próprio presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda fale sobre o tema. Nas linhas que se seguem, o presidente Ikeda responde algumas perguntas enviadas por leitores sobre o amor.
Boa leitura:
“* O que fazer quando o amor não é correspondido?
“Se o amor pudesse ser explicado racionalmente, todos os sofrimentos que ele causa desapareceriam do mundo. Porém, o importante é que, sem respeito, nenhum relacionamento durará muito tempo nem as duas pessoas serão capazes de extrair o melhor uma da outra. O poeta Dante Alighieri (1265-1321) teve como fonte de inspiração uma jovem chamada Beatriz, por quem cultivava um amor platônico desde criança. Certo dia, após muitos anos separados, ele, já com 18 anos, a reencontrou na rua. Posteriormente, ele compôs o poema A Vida Nova sobre sua alegria pelo reencontro daquele dia. Sem dúvida, Beatriz despertou o potencial artístico de Dante.
Porém, ela permaneceria como um amor não correspondido, pois casou-se com outro homem e morreu ainda muito jovem. O poeta jamais deixou de amar Beatriz. Foi esse amor que lhe possibilitou fortalecer e elevar a capacidade de seu sentimento a algo realmente nobre e sublime. Naturalmente, Dante viveu numa época diferente. Mas creio que muito se pode aprender desse grande poeta que foi fiel a seus sentimentos, correspondidos ou não, e os transformou na inspiração que conduziu sua vida.
*Qual é o tipo ideal de homem para um relacionamento saudável?
“Na sociedade, essa escolha é feita com parâmetro nas condições familiares, situação financeira, formação escolar, salário, entre outros. Embora façam parte das qualidades de um homem, não revelam totalmente sua personalidade e sua natureza como pessoa. Para escolher o futuro companheiro, devem observar sua filosofia de vida e seu caráter como ser humano. Do ponto de vista da prática da fé, verifiquem se essa pessoa tem (1) forte paixão pelo nobre ideal da paz mundial [Kossen-rufu]. Além disso, vejam se possui uma (2) boa saúde, (3) firme senso de economia, e (4) se sabe tomar decisões, definir e resolver bem as coisas.
O nosso objetivo de vida é a realização da paz e da melhoria do mundo. Um homem que não tem disposição nem decisão de viver em prol deste não está qualificado a compartilhar a vida com vocês. Sobre a saúde, não preciso acres­centar nada a respeito de sua importância. O senso de economia não tem a ver com o fato de o rapaz ter dinheiro ou não. A questão é se sabe controlar o dinheiro, caso contrário, ele não é confiável e fica evidente que as dificuldades financeiras surgirão. O último ponto refere-se a resolver as questões de forma concreta. Uma pessoa que sabe julgar e decidir o que deve fazer agora com certeza será uma pessoa brilhante. Por fim, um relacionamento que é recebido e felicitado por todos ao seu redor será seguro.”
* Qual é o ideal numa mulher para um relacionamento saudável?
“Em primeiro lugar, é importante (1) a mulher recitar muito Nam-myoho-rengue-kyo. Isso indica que está acumulando boa sorte. Na juventude, pode não haver muita diferença no resultado, mas, quando chegar aos 40 anos, a diferença será muito grande e evidente. A beleza interior cultivada com o Daimoku com o tempo adornará cada vez mais a vida da mulher na maturidade. O Gosho diz: ‘Se acender uma lanterna para uma pessoa, iluminará também seu próprio caminho’. Ou seja, quando lutamos pelo bem-estar e pela felicidade de uma pessoa, estamos iluminando também a nossa vida. Por isso, é essencial que se empenhem agora nas atividades da Soka Gakkai.
O segundo e terceiro pontos são iguais: (2) boa saúde, (3) firme senso de economia. O quarto ponto é (4) a disposição de ouvir a opinião dos outros. Uma mulher que não ouve e só defende seu ponto de vista não consegue criar harmonia com as pessoas. A mulher é a defensora da paz. Deve tanto ouvir os outros como externar sua opinião. Se não possuir esse caráter harmonioso, não conseguirá proteger o lar nem criar um movimento pelo bem da sociedade.”












* Como lidar com uma decepção amorosa?
Sucumbir de forma doentia e cega em relação ao amor é ser derrotado na juventude. Juventude significa viver e avançar com força e coragem, sempre em frente. Não é desviar-se do caminho, muito menos se esconder nas sombras. Não sejam pessimistas nem sentimentais. Isso é só para os perdedores. Por favor, tenham a convicção e a coragem de pensar consigo, quando enfrentarem a rejeição: ‘Ele é quem está perdendo por não reconhecer o meu valor como pessoa!’ Esse é o tipo de atitude que vocês devem cultivar.
Não deixem que um coração partido os desencoraje. Digam a si próprios que não são fracos nem frágeis para deixar que algo tão pequeno os desanime. Vocês podem até pensar que não existe ninguém que se compare à pessoa amada. Mas como serão as cem, mil ou dez mil pessoas que ainda vão conhecer? Não dá para dizer que não existe alguém que supere a pessoa amada. Tenho certeza de que alguns de vocês tiveram coração partido ou muito ferido e talvez se sintam incapazes de prosseguir por estar com a autoestima em pedaços. Jamais pensem que são inúteis. Não há substitutos para vocês. Vocês são mais preciosos que todos os tesouros do universo juntos. Vocês são meus filhos e minhas filhas insubstituíveis. Com certeza vão conseguir superar os obstáculos, os sofrimentos e o desespero. Sejam fortes! Mantenham a cabeça erguida! Não se deixem dominar pela depressão nem tomem caminhos que os levem à autodestruição.”


sábado, 19 de abril de 2014

O GOHONZON: A MANDALA DA LEI MÍSTICA


O Gohonzon fo inscrito por Nitiren Daishonin em 12/10/1279, após a conhecida perseguição de Atsuhara, onde vinte camponeses que praticavam o budismo de Nitiren, foram coagidos a abandonar a sua fé, sendo três deles executados. Este acontecimento incitou Daishonin a inscrever sua própria vida em uma mandala, com caracteres chineses, onde expôs, ao centro, em posição vertical, a Lei Mística (Nam-myo-ho-rengue-kyo).

Além da Lei Mística, o Gohonzon é composto pelo nome de várias divindades budistas, budas e bodhsattvas, representando, desta forma, todo o universo. Diante dele, oramos todos os dias e todas as noites o Daimoku e o Gongyo. No início da prática budista, muitas pessoas oram olhando fixamente para uma parede lisa. O fato de não possuir o Gohonzon, não impede que a pessoa obtenha benefícios. Entretanto, ter o Gohonzon em casa é de extrema importância e já- já saberemos o por quê.

Sobre a relevância do Gohonzon, afirmou Nitiren Daishonin em uma carta endereçada a Myoshin-ama:

“Este Gohonzon é o coração do Sutra de Lótus e os olhos de todas as escrituras. É como o Sol e a Lua no céu, um poderoso governante na Terra, o coração de um ser humano, a jóia da concessão dos desejos entre os muitos tesouros e o pilar de uma casa.”

E continua:

Quando se abraça este mandala, todos os budas e deuses juntam-se ao redor da pessoa, acompanham-na dia e noite, como os guerreiros guardam seu soberano, como os pais amam seus filhos, como os peixes precisam da água, como as árvores e plantas anseiam por chuva, ou como os pássaros dependem das árvores. Deve confiar nele com todo o seu coração.”

Para compreendermos a importância de ter o Gohonzon consagrado em casa, devemos, de antemão, entender um conceito budista chamado Kyoti myogo, que significa fusão do sujeito e do objeto por meio da Lei Mística. Em termos práticos, significa que, quando oramos ao Gohonzon, nós fundimos o nosso microcosmo com o macrocosmo que é o próprio Universo inscrito no Gohonzon. Seria como se fôssemos gotas d’água se fundindo em um imenso oceano.

A gota d’água contém em si, todas as propriedades do oceano, entretanto, se for jogada contra um muro, não produzirá nenhum efeito. Da mesma forma, nós contemos no interior de nossas vidas o Estado de Buda, entretanto, não podemos manifestá-lo porque nossa mente encontra-se embaçada pela escuridão fundamental e por nossas tendências cármicas.Orando com  sinceridade e fé o Daimoku e o Gongyo diante do Gonhonzon, fundimos nossa vida (a gota de água) ao Universo (o oceano).

Ieyassu Hase, na Revista Terceira Civilização, edição de Fevereiro/2007, afirmou: ”Sinteticamente, podemos dizer que realizamos a fusão do sujeito com o objeto quando estamos orando e nada tira a nossa concentração, quando manifestamos infinita alegria no coração e a sabedoria para não sermos influenciados por nada que tenta nos levar a baixos estados de vida.”

Vou dar um outro exemplo para elucidar melhor a importância de se ter o Gohonzon. Façamos o seguinte teste: pense em alguém que você gosta (amigo, parente, namorado (a), etc...). Pensou?Agora segure fixamente este pensamento durante 05 minutos, agora 10 minutos, agora meia hora, agora duas horas. Difícil né?A nossa mente, naturalmente se dispersa antes de completarmos os cinco minutos. Outros pensamentos dominam nossa mente: os problemas do dia-a-dia, as contas pra pagar e por aí vai.

Mas quando você está perto de alguém que gosta, dependendo da intensidade de seu sentimento, todo o seu corpo, mente e coração ficam voltados para aquela pessoa.

Da mesma forma, quando não possuímos o Gohonzon, fica mais difícil nos concentrarmos, e mantermos a determinação. Mas, quando oramos diante do Gohonzon, toda a nossa atenção, intenção, corpo, mente, sentimentos, ficam voltados para a nossa prática.

Outra questão importante de se salientar é o cuidado com a postura e com as roupas ao orar diante do Gohonzon, pois isso indica a seriedade com que cuidamos da nossa própria vida. Ao orarmos, estamos fazendo uma causa. Se oramos com qualquer postura e com qualquer roupa (biquini, pijama, cueca, etc...rs), isto indica a falta de seriedade e de comprometimento com que agimos em nossa própria vida e os efeitos colhidos serão correspondentes.

Por fim, em um Gosho intitulado “Resposta a dama Nitinyo”, Daishonin afirma:

“Nunca procure o Gohonzon em outros lugares.Ele somente pode habitar no coração das pessoas comuns como nós que abraçam o Sutra de Lótus e recitam oNam-myoho-rengue-kyo.”

Logo, com a convicção de que o Gohonzon é nossa própria vida, vamos orar com fé e convicção de que ao recitarmos o Daimoku e o Gongyo diante do supremos objeto de devoção, estamos alimentando a natureza de nossa própria vida e transformando o nosso carma de maneira profunda e essencial.