quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Shitei Funi - Unicidade Mestre e Discípulo


 

Olá!Gratidão por chegarem até aqui ao Blog "A nona consciência". Hoje eu estarei conversando com vocês sobre um conceito muito especial no Budismo de Nitiren Daishonin, chamado Shitei Funi. Mas antes de iniciar o vídeo de hoje, peço desde já que acessem nosso canal do Youtube: 

https://www.youtube.com/channel/UCKKfisDZU29V8s0RvU3FHew

Lembrando que o blog Sutra de Lótus tem por objetivo difundir a prática do budismo da linha de Nitiren Daishonin, haja vista que existem outras correntes ou escolas budistas pelo mundo.

E para quem quiser praticar ou ao menos conhecer o budismo Nitiren, acesse o site: http://bsgi.com.br/ . Acesse a aba Fale Conosco e lá você será direcionado para uma organização mais próxima de sua casa.

Lá vocês serão direcionados a uma comunidade ou bloco mais próximo de sua casa.

Sem mais delongas, vamos começar o tema de hoje.

O termo shitei funi faz alusão a relação MESTRE E DISCÍPULO. No termo “shitei funi”, shi significa mestre, tei, discípulo e funi, inseparabilidade ou unicidade.  No mundo ocidental é difícil compreender a relação mestre e discípulo. Eu mesma, quando penso no assunto sempre me vem à mente os filmes Karatê Kid e O grande mestre, sendo que este último fala sobre a vida do mestre do ator Bruce Lee. Então para nós ocidentais é mais fácil aceitar a relação mestre e discípulo quando é adaptada para as telas de cinema, do que na vida real, onde tendemos a encarar ao conceito shitei funi com certa desconfiança.

Nas escolas e faculdades do ocidente tendemos a ver o professor apenas como alguém dotado de algum conhecimento específico, que está acima de nós, por saber coisas que não sabemos. Dificilmente tendemos a ver o professor como um mestre. Eu lembro que quando tinha por volta de 14 ou 15 anos, eu fiz um curso de judô na escola. Mas eu via o instrutor de judô, apenas como um professor, ou seja, como alguém que conhecia a técnica de uma arte marcial, mas não o via como um mestre.

Já os ensinamentos budistas são tradicionalmente repassados aos discípulos por um mestre. Essa relação mestre e discípulo na experiência da prática budista, começou com o buda Sakyamuni ou Sidarta Gautama, que após atingir a iluminação, buscou seus companheiros, com quem manteve práticas ascéticas durante anos, e estes se tornaram seus primeiros discípulos.

Nos capítulos Hoben e Juryo que nós praticantes recitamos de manhã e à noite, vemos um exemplo da relação mestre e discípulo, quando Sakyamuni transmite a Sarihotsu ou Shariputra, considerado um de seus discípulos mais inteligentes, a profundidade do estado de buda.

A princípio pode parecer que o mestre está acima do discípulo e este último deve ser subserviente ao mestre. Entretanto, não é assim que funciona na prática a relação mestre e discípulo dentro da Soka Gakkai. Aqui, a relação se constitui em perfeita igualdade.

Segundo a edição 1983 de 18/04/2009 do jornal Brasil Seikyo: " Ele (no caso o mestre) é um orientador da prática do Budismo Nitiren. Em suas orientações são citados os pensamentos e frases de intelectuais e personalidades do mundo, e são observados do ponto de vista do ensinamento do budismo. Sua luta visa ao objetivo chamado Kossen-rufu. Para se aprender o budismo é necessário ter um mestre que ensina. Caso alguém aprenda o budismo por opinião própria, pode-se desviar da correta interpretação. Justamente para se evitar isto, é importante a existência de um mestre, da organização e de seus responsáveis. "

Durante muito tempo da minha prática budista eu senti dificuldade de compreender a relação mestre e discípulo. E acredito que muitos novos praticantes ou simpatizantes do Budismo Nitiren, devam sentir esta mesma dificuldade. Quando comecei a incorporar este conceito em minha vida, passei a me perguntar "qual é o momento em que o discípulo estabelece a relação shitei funi, ou unicidade mestre e discípulo?" Foi então que compreendi que essa relação se constrói quando o discípulo passa a crer no mesmo ideal do seu mestre. No caso do budismo Nitiren, o ideal de Ikeda sensei, e de todos os mestres que os precederam é o Kossen Rufu, ou seja, a paz mundial advinda da ampla propagação do budismo Nitiren.

Ainda Segundo a edição 1983 de 18/04/2009 página A8 do Jornal Brasil Seikyo:

abre aspas "No budismo, mestre é aquele que direciona nossa vida à felicidade e dedica-se junto com os discípulos pelo supremo ideal da paz mundial e felicidade de toda a humanidade. "fecha aspas

Então o momento em que o discípulo se une ao mestre em shitei funi é quando ele passa a lutar junto com o mestre pelo mesmo objetivo, pelo mesmo propósito.

Nitiren Daishonin, ao compreender com a própria vida a grandeza do Sutra de Lótus, transmitiu-o a seus discípulos como Nikko Shonin, Shijo Kingo, Nanjo Tokimitsu, os irmãos Ikegami, a monja leiga Sennichi e seu marido Abutsu-bo , dentre outros, para os quais Nitiren escreveu inúmeras cartas ou goshos, sempre os orientando a respeito da condução correta da sua prática budista. Em seus goshos também é possível ver como Daishonin comemorava e exaltava as vitórias obtidas por seus discípulos ao seguir seus conselhos e ensinamentos.

No caso da Soka Gakkai, Trunesaburu Makiguti, desejando construir uma sociedade de valores humanos, transmitiu os ensinos do Sutra de Lótus, que até então ficavam restritos aos templos budistas, a outros discípulos, dentre eles Jossei Toda. E este último transferiu-os, dentre outras pessoas, ao atual presidente da Soka Gakkai, o dr Daisaku Ikeda.

Nós, da Sokka Gakkai temos como nosso mestre o dr Daisaku Ikeda a quem chamamos de Ikeda sensei. Por que? Porque foi o dr Daisaku Ikeda quem realizou o sonho de seu mestre Jossei Toda, de transmitir os ensinamentos do budismo Nitiren para vários países do mundo.Por conta de sua ação corajosa e benevolente, Ikeda Sensei permitiu que milhares de pessoas no mundo inteiro pudessem mudar o rumo de sua existência, transformando seus karmas e se tornando felizes. Inclusive eu, que de uma pessoa solitária, triste, desempregada, que morava em um local perigoso, passei a empresária, feliz e muito bem casada, morando em um lugar paradisíaco e atuando na organização Soka Gakkai com companheiros maravilhosos.

Desta forma, quando construímos a relação shitei funi com Ikeda Sensei, saímos da condição de pedintes e mendicantes que necessitam da ajuda das divindades celestiais, para a posição de bothisatvvas da terra, ou seja, daqueles que salvam outras pessoas, pois junto com nosso mestre passamos a lutar pelo ideal do kosssen rufu.

Vale lembrar que a relação mestre e discípulo é eterna, não é necessário que mestre e discípulo vivam na mesma época e no mesmo lugar. Por exemplo: ao ler os Goshos, uma pessoa pode construir uma relação mestre e discípulo com Nitiren Daishonin, pois alimenta em seu coração os mesmos ideais de Nitiren. O ler as orientações do presidente Ikeda, uma pessoa pode construir com ele uma relação mestre e discípulo, ainda que esteja a quilômetros de distância um do outro.

A despeito da profundidade da relação mestre e discípulo, ela pode ser construída de maneira muito mais simples do que você imagina, e é possível que um novo praticante budista ou um simpatizante, já tenha construído o shitei funi sem saber. Ex: quando você recorre aos escritos de Ikeda sensei para obter uma orientação sobre o que fazer em determinado momento de sua vida. Ou quando você ensina o nammyohorenguekyo para outra pessoa, realizando assim o shakubuku. Neste momento você se uniu em mente e espírito ao seu mestre.

Segundo o presidente Ikeda orienta: “Não há nada mais belo para um ser humano que os laços de mestre e discípulo. Não existe nada mais forte. A unicidade de mestre e discípulo é a essência do budismo. Mas devemos nos lembrar que um mestre não é um ser superior; mestre e discípulo são companheiros que se empenham juntos na vida real para alcançar um mesmo ideal”.

No dia a dia, viver o shitei funi significa atuar onde o mestre não puder estar, compartilhando seus ideais com outras pessoas. Na Soka Gakkai isso significa praticar o shakubuku, ou seja, ensinar aos outros a recitação do Nammyohorenguekyo, que é a lei fundamental que rege todos os fenômenos.

Desta forma construiremos uma sociedade pacífica e justa, tal qual os ideais do mestre Daisaku Ikeda e de todos os grandes mestres que os precederam.

Então esse foi o post de hoje. Espero muito que tenham compreendido o conceito de shitei funi. Se gostaram não deixem de se inscrever em nosso canal.



Um forte abraço e até o próximo vídeo.



domingo, 5 de setembro de 2021

Benefícios Visíveis e Invisíveis

 


Olá, sejam bem vindos ao blog A nona consciência. Hoje eu vou estar falando sobre um tema muito importante dentro do budismo que são os benefícios conspícuos e inconspícuos, também chamados de Kenyaku e Myoyaku.

É um conceito crucial na prática budista, para compreendermos como e de que forma nossas orações são respondidas.Mas antes de iniciarmos o tema de hole, desde já eu peço que se inscrevam em nosso canal do Youtube, Sutra de Lótus, acessando: https://www.youtube.com/channel/UCKKfisDZU29V8s0RvU3FHew


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Se tiver alguma dúvida, sobre conceitos budistas ou sugestões de tema, entre em contato por nosso email: sutradelotusnitiren@gmail.com

E se deseja ingressar na Soka Gakkai, a maior organização do mundo que difunde o budismo Nitiren, acesse: http://www.bsgi.org.br/ , acesse o menu Fale Conosco, que rapidamente você será direcionado para uma organização próxima de sua casa.

Em primeiro lugar temos que levar em consideração que o objetivo maior de uma religião ou de um conjunto filosófico sistematizado deve ser a felicidade de seus praticantes.

Um dos conceitos budistas utilizados para determinar a validade, a supremacia e a integridade de uma religião é o das “Três Provas”: a documental, a teórica e a real.

Segundo Nitiren Daishonin: “Para julgar o mérito das doutrinas budistas, eu, Nitiren, acredito que os melhores padrões são o da razão e o da prova documental. Mas a prova real é ainda mais valiosa que ambas.”

No budismo, a prova real sobre a qual mencionou Daishonin, diz respeito a comprovação real da prática , que se manifesta sob duas formas de benefícios: conspícuos e inconspícuos.

Segundo o dicionário, conspícuo enquanto adjetivo constitui algo "claramente visível; facilmente notado; que salta à vista. " Enquanto inconspícuo denota algo "difícil de ver, distinguir ou notar; que não chama atenção. "

Desta forma, os benefícios conspícuos dizem respeito a benefícios e melhorias que a devoção ao budismo de Ntiren Daishonin pode proporcionar a vida de seu praticante, tais como melhorias na saúde, na condição financeira, nos relacionamentos e por aí vai. É quando o praticante ora daimoku ou seja, recita o Nam myoho renguekyo para algum objetivo específico e consegue manifestar aquele sonho, aquele propósito.

Enquanto benefícios inconspícuos dizem respeito a benefícios que são imperceptíveis no momento presente, ou seja, que se encontram no estado de latência, mas que em algum momento futuro, ou gradualmente se manifestarão.

Na escritura

Ensino, Prática e Prova”, Nitiren Daishonin afirma: “Aqueles que obtiveram o benefício durante os Primeiros e Médios Dias da Lei receberam benefícios ‘conspícuos’, pois a relação que estabeleceram com o Sutra de Lótus no transcurso da existência do Buda, finalmente havia amadurecido. Por outro lado, aqueles nascidos atualmente, nos Últimos Dias da Lei, receberam a semente do estado de Buda pela primeira vez, e o benefício deles é, portanto, inconspícuo.” (END, vol. 4, pág. 235.)

Porque no Budismo acreditamos que na medida em que realizamos causas, através de pensamentos, palavras e ações, produzimos efeitos. Alguns desses efeitos se manifestam logo, outros podem demorar um tempo para se fazerem notar. Exemplo: você difamou uma pessoa. Essa pessoa pode vir tomar satisfações com você assim que se tornar ciente da difamação que foi proferida contra ela, neste caso o efeito se manifestou rápido. Ou essa pessoa pode mover uma ação contra você por difamação e neste caso você só receberá o efeito da causa plantada daqui há algum tempo, tendo em vista todo o processo burocrático que envolve uma ação judicial.

Da mesma forma que ocorre com as causas negativas, também ocorre que as causas positivas. Quando você inicia sua prática no budismo de Nitiren Daishonin e começa a realizar o daimoku, o gongyo, começa a estudar, fazer shakubukus, que é o ato de ensinar o Nam myoho rengue kyo a outras pessoas, você começa a realizar causas positivas. Algumas delas florescerão em sua vida de maneira visível, através de melhorias em diversas áreas, como a conquista de um bom emprego, a cura de uma doença, a compra de sua casa própria (se esse for seu sonho), um bom relacionamento e assim por diante. Os benefícios conspícuos também podem ser manifestados quando estamos passando por uma grave dificuldade e através de nossa oração sincera ao Gohonzon (nosso objeto de devoção), com a recitação do daimoku, conseguimos obter sabedoria e boa sorte suficientes para transformar aquela situação negativa.

Já com relação aos benefícios inconspícuos, Conforme se encontra em Edição do Jornal Brasil Seikyo:edição nº 1673, 26/10/2002, página A6

"O benefício inconspícuo pode ser comparado ao crescimento de uma planta a partir da semente. É natural que seu desenvolvimento até se tornar uma frondosa árvore leve muitos anos, enfrentando e ultrapassando as mais variadas intempéries. Embora seu crescimento diário seja totalmente imperceptível, com o passar dos anos ela poderá exibir toda a sua exuberância. Similarmente, no momento em que abraçamos o Gohonzon dos Três Grandes Ensinos Fundamentais e iniciamos a prática, o grandioso benefício da nossa revolução humana não se manifesta repentinamente.

Embora não seja perceptível uma mudança de um dia para o outro, por meio de uma contínua e

sincera prática da fé, tal como a água corrente, certamente poderemos realizar nossa revolução humana e, conseqüentemente, receber extraordinários benefícios. Portanto, o ponto fundamental é a continuidade da prática da fé, sem jamais ser derrotado perante as adversidades do dia-a-dia. '

Então os benefícios inconspícuos, ou seja, aqueles que não são facilmente perceptíveis dizem respeito aquelas pequenas gotas de boa sorte que acumulamos dia após dia, mês após mês e ano após ano de prática do budismo Nitiren. Esses benefícios crescem silentes, e em estado de latência vão se acumulando como as gotículas de água que formam o oceano. O benefício inconspícuo pode se manifestar após muito tempo de prática, em um instante de grande necessidade, na forma de proteção contra algum dano, por exemplo, ou pode simplesmente ser aquele momento em que você olha pra tras e percebe o quanto sua vida se transformou positivamente desde que começou a recitar o Nam myoho rengue kyo.

Mas, o maior benefício inconspícuo que uma pessoa pode manifestar é sua própria revolução humana. Este é um processo de auto aprimoramento que se desenvolve ao longo de toda a sua prática budista. É o momento em que o praticante se auto observa e percebe o quanto ele mesmo cresceu como ser humano desde que iniciou sua prática no budismo.

Ao final da leitura do capítulo Juryo do Sutra de Lótus, o Buda Sakyamuni diz: "Mai-ji sa-ze-nen I-ga-ryo-shu-jo Toku-nyu-mu-jo-do  Soku-jo-ju-bu-shin ", o que significa: "Medito constantemente: Como posso conduzir as pessoas ao caminho supremo e fazer com que adquiram rapidamente o corpo de um buda? "

Tal questionamento traduz o principal objetivo da prática budista ou seja a manifestação do estado de buda, ou da nona consciência. E esse objetivo só é atingido através do processo de revolução humana, que é construído quando nos tornamos seres humanos melhores, mais empáticos, mais compassivos, mais generosos. Em um mundo dominado pelo estado de Ira, tais atributos podem ser vistos como sinal de fraqueza, mas é na compaixão da nona consciência que se encontra a nossa força. É na compaixão na nona consciência que você cria causas positivas e ameniza o efeito das retribuições kármicas negativas do passado, através da prática do skakubuku.É na compaixão da consciência búdica que se realizam as transformações positivas pessoais, sociais e até mesmo mundiais. É no juramento de tornar todas as pessoas um buda que se cria um mundo melhor do que o que vivemos hoje.

Ademais, muitos benefícios inconspícuos ou invisíveis podem gerar benefícios conspícuos ou visíves, isso porque muitas transformações e melhorias em nossa vida podem ser oriundas de anos de boa sorte acumulada pela sincera devoção ao Sutra de Lótus como também do nosso próprio processo de revolução humana.

E o ponto fundamental para experienciar os benefícios da prática do budismo Nitiren, tanto os visíveis quanto os invisíveis está na manutenção da prática da fé por toda a vida, o que conhecemos como fé da água corrente. Não sabemos a extensão do nosso karma, pois não conhecemos quantas existências vivemos ou o que realizamos em outras vidas. Como disse Nitiren, a soma das nossas más ações mundanas poderá ser tão grande quanto o monte Sumeru.

Daí a necessidade de perserverarmos na prática da fé, mesmo diante dos atrozes ataques dos obstáculos e maldades , para que possamos transmutar as causas negativas criadas em existências pregressas ou nessa existência, e gerar causas positivas que se refletirão na forma boa sorte e proteção nesta vida e renascimento em boas circunstâncias na próxima.

Bom, então este foi o post de hoje, espero que tenham gostado e compreendido. Um grande abraço e até a próxima. 😊